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COMUNIDADE BEMPOSTENSE RECLAMA DE ABANDONO

COMUNIDADE BEMPOSTENSE RECLAMA DE ABANDONO



 

A reportagem do TR Revista esteve no dia 16 deste mês no distrito de Bemposta, onde uma família enfrenta um problema que vem sensibilizando toda a comunidade. Segundo informações, uma forte chuva   provocou o transbordamento do córrego que passa ao lado da casa da família, na Rua B, transversal da Rua Dr. Arnaldo Guinle, mais conhecida como Rua da Conserva.  O grande volume de água abalou a estrutura do imóvel, o piso de um dos quartos afundou, e praticamente todos os cômodos foram danificados.

Os donos do imóvel, o casal Alexandra de Souza Araújo e Jorge Luiz de Araújo, juntamente com os filhos, está morando provisoriamente numa casa cedida por um empresário, que já solicitou a devolução da mesma. A Defesa Civil esteve no local, e   as margens do córrego foram cercadas com grandes pedras. O alicerce do quarto que afundou também foi reforçado com blocos de concreto, e os técnicos afirmam que eles podem voltar a residir no local. No entanto, o casal teme pela segurança da família, já que as paredes e o alicerce ao redor da casa apresentam rachaduras, além do risco de uma nova enchente, já que as pedras colocadas nas margens do córrego não parecem suficientes para conter a força das águas.

Por ocasião da reportagem, o casal não estava no local, o caso foi relatado por uma tia de Alexandra, que informou que a mesma evita visitar a casa sem- desfruída pois vem enfrentando problemas emocionais. “Eles construíram a casa com tanto sacrifício, a obra ficou boa, a casa era segura, e agora está tudo destruído. Eles até se dispõem a reconstruir, mas numa área mais afastada, e para isso seria preciso a ajuda da Prefeitura, já que o problema foi causado pelo córrego, que é de responsabilidade do governo municipal.” – afirmou Sandra de Souza. Técnicos da Defesa Civil ficaram de fazer nova visita, mas por enquanto ninguém apareceu no local.

A reportagem esteve também em outros pontos do distrito de Bemposta, constatando que são verdadeiros muitos problemas relatados pelos moradores através das redes sociais. Uma das reclamações mais frequentes é sobre os serviços de telecomunicações.

A qualidade dos sinais de televisão é regular, mas só é possível através de antena parabólica ou tv a cabo. A única emissora de rádio cujo sinal chega até o distrito é a Rádio Três Rios, e quanto ao sinal para celular, em alguns locais a comunicação é praticamente impossível, o que ocorre também com o acesso à Internet. Há alguns meses foram realizadas reuniões na Câmara de Vereadores, foi discutida a instalação de uma nova torre, mas até o momento nenhuma novidade aconteceu.

Em conversa com alunos da Escola Estadual Municipalizada Guilhermina Guinle, a equipe do TR foi informada de que o estabelecimento precisa de reformas urgentes. A escada está sem corrimão, a rampa de acesso está sem piso, e há problemas para acomodar todos os alunos, já que, segundo informações, algumas das salas teriam sido “emprestadas” ao município de Sapucaia. A esperança dos alunos é de que, no período das férias escolares, sejam feitas as reformas prometidas há algum tempo pelo Prefeito Vinícius Farah.

A saúde também mereceu severas críticas por parte dos moradores, principalmente os que dependem de transporte para fazer tratamento em Três Rios. Há muitas semana o veículo maior está na oficina, e o deslocamento é feito numa Kombi, às segundas e quartas-feiras. Nos outros dias da semana, fica à disposição dos doentes uma pequena ambulância.  O posto médico, onde há profissionais todos os dias, não funciona mais 24 horas, fechando às 4 da tarde.

Muitas reclamações foram feitas também pelos moradores da Estrada Itajoana, local onde funcionou o antigo Patronato de Menores. A distância até o ponto de ônibus mais próximo é de 3 quilômetros, e o percurso é feito a pé, porque o motorista do ônibus   que faz o transporte dos estudantes foi proibido de dar carona. As instalações do Patronato, que pertencem aos Estado, estão abandonadas e vem sendo depredadas por vândalos, que roubam portas, janelas e outros materiais.

No centro do distrito os problemas são menores, mas há muitas ruas sem calçamento, entre elas a Dr. Arnaldo Guinle, antiga Rua da Conserva, onde há buracos por toda parte. Na mesma rua, e também na Mateus Salzano, a principal queixa das donas de casa, além do estado precário do asfalto, é o tráfego incessante dos caminhões de uma cerâmica, que transportam material para confecção de tijolos, provocando muita poeira. Sobre este problema, muitos moradores se mostraram resignados, reconhecendo o incômodo mas ressaltando o fato da empresa ser a principal empregadora local.

Na praça em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, há canos d’agua à mostra, e o chão de terra batida se transforma em lamaçal na época das chuvas (foto). Os velórios há algum tempo passaram a ser feitos nas residências, pois segundo informações as condições da capela mortuária são precárias. Não há luz, nem segurança. Este item foi alvo de severas críticas por parte da maioria dos moradores abordados pela reportagem. O consumo de drogas vem crescendo muito,  e não há um policiamento ostensivo para coibir a ação dos dependentes químicos.

Durante a visita a Bemposta, o que mais se ouviu foram termos como abandono, desleixo das autoridades, e esquecimento das promessas feitas nas últimas eleições municipais. “Os eleitores vão dar o troco. Não adiantou nada combinarem de ter um só candidato para o distrito ter um vereador, pura enganação. Mas vivendo e aprendendo, dessa vez vamos exigir o plano de governo e registrar em cartório, para caso não cumpra ser cassado logo no primeiro semestre”, declarou um morador.