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EZILMA TEIXEIRA RELEMBRA/DEDO DE PROSA SOBRE A FUTURA ESTAÇÃO

EZILMA TEIXEIRA RELEMBRA/DEDO DE PROSA SOBRE A FUTURA ESTAÇÃO



(COM DESTINO MAIS DIRETO AO PREFEITO JOSIMAR ) Ontem (29) - após o evento do lançamento, com noite de autógrafos da 3ª edição do livro “A dor de uma paixão”, do escritor José Roberto Padilha, e mais gostosa palestra rememorativa proferida pelo autor - ocasiões onde sempre se abrem costumeiras oportunidades de dois dedos de prosa com algum presente, sobre um assunto comentando Três Rios. Dessa vez os dois minutos de prosa foram com Sua Excelência o prefeito Josimar Salles, inquirindo-me sobre o local exato da antiga estação ferroviária, no intento da construção de uma futura estação ferroviária para embarque /desembarque dos passageiros do anunciado trem turístico Três Rios- Cataguases , que está chegando por aqui. Dei minha opinião e posto fotos elucidativas para os interessados na questão, principalmente para o nosso entusiasmado alcaide sobre o assunto : A primeira foto é a da belíssima Estação D. Pedro II de 1886,na hoje Avenida Condessa do Rio Novo,  após a república, em 1899,chamada Estação da Central do Brasil. Bela construção demolida nos anos iniciais da década de 60 do século XX. Tal estação servia aos trilhos da bitola larga. Seguida por outras fotos pertinentes ao assunto. Após a demolição do belo prédio, foi construída uma estação modesta e que hoje, sob o domínio da MRS, está retalhada em cômodos cedidos, temerariamente, em cubículos para explorações comerciais. Não se sabe quem detém o “poder “ das concessões dos espaços e se a fiscalização da prefeitura atua sobre esses espaços comerciais. Quando a Condessa do Rio Novo, em 30 abril de 1882 - depois de muitos anos após a morte de seu pai, o Barão de Entre-Rios - oficializou a doação daquelas terras para a ferrovia, deixou cláusulas em restrições e uma delas, e a principal : caso algum dia cessasse o movimento ferroviário – o local não poderia “EM TEMPO ALGUM “ abrigar “CASAS DE NEGOCIOS”. Detenho cópia da Escritura da doação dos terrenos da estação, firmados pela nossa dama fundadora, com vistas às nossas autoridades interessadas. Em opinião ao melhor local para a futura estação do trem de turismo, sugiro que ela seja levantada na feia construção, à guisa de estação, muito mal construída nos anos de 1970 , e que hoje dá lugar a um comércio indevido. Para possível erro de interpretação sobre o assunto ,não confundir essa “estaçãozinha”, com o grande prédio da “Estação de Cargas”, de 1902, de bitola estreita e que serviu à E. F. Leopoldina ,irresponsavelmente demolida em 26 de setembro de 1998, e em cujos históricos e sólidos alicerces ,aproveitados, está levantado o importante terminal rodoviário, também na atual Avenida Condessa do Rio Novo.

NOTA DA REDAÇÃO: por ocasião da  demolição do prédio da antiga estação, em 26 de setembro de 1998, a historiadora Ezilma Teixeira e o saudoso arquiteto  Domingos Aguiar respectivamente  então presidente e vice do Conselho de Cultura, receberam  voz de prisão da PM ( por ordem do deputado  Roberto Jefferson e do então prefeito  Raleigh Ramalho) por se postarem  à frente das máquinas,  para evitar a demolição. O argumento apresentado foi o de " enfrentamento da ordem pública". Quanto mais falavam mais os dois protestavam, chegando às  lágrimas. A situação foi contornada por um grupo formado, entre outros, por  alguns ex-alunos  da professora Ezilma que na época trabalhavam   na Prefeitura ( (inclusive secretários) e  acalmaram os ânimos, alegando que todos estavam muito nervosos. A dupla de defensores do patrimônio histórico não foi presa, mas pelos anos afora se orgulhou daquela ordem de prisão. “Foi uma confusão dos diabos, mas resistimos! Pena que a força derrubou a estação”- relembra  Ezilma Teixeira.