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EZILMA TEIXEIRA RELEMBRA/O ABANDONO DE UMA CASA CHEIA DE HISTÓRIAS

EZILMA TEIXEIRA RELEMBRA/O ABANDONO DE UMA CASA CHEIA DE HISTÓRIAS



A TRISTE SINA DA FINADA COORDENADORIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE TRÊS RIOS

Situado em área nobre do centro da cidade de Três Rios, o casarão vizinho ao tradicional Colégio Estadual Condessa do Rio Novo, está em triste e criminoso processo de decomposição, motivado  pela sanha estouvada da política de educação fluminense já por muito tempo.
Doloroso ver aquele casarão que se deteriora, mas que já teve seus áureos dias de glória.
Já em 1947 deu residência à diretora do então Grupo Escolar Condessa do Rio Novo, a memorável professora Alva Coutinho Carvalhido, que ali  residiu com  sua família durante muitos anos,  até sua transferência para Niterói.
Depois,  abrigou oficialmente como residentes outras notáveis diretoras, até que,  no início dos anos de 1960, após sofrer pequenas obras de adaptação, deu lugar à Inspetoria de Ensino que atendia à nossa região.
Com a ampliação da política de educação estadual , nos anos 70, com a necessidade de várias coordenações de ensino, viu-se elevada ao status de Núcleo de Educação e Cultura -NEC. Anos seguintes galgou a categoria máxima hierárquica do ensino regional,  como Centro Regional de Educação, Cultura e Trabalho – CRECT.
Essa repartição pública de implementos educacionais contou com brilhantes chefias, um corpo seleto e competente de diretores de departamentos de educação e importante equipe de apoio. Tamanho o seu sucesso e renome,  que recebeu as maiores das premiações outorgadas pelos vários governos passados pelo Estado do Rio de Janeiro.
Em 1995 a Secretaria Estadual de Educação resolveu dar uma nova roupagem aos locais burocráticos de convergência do ensino regional. Assim surgiram as Agências de Educação, uma inovação que teve vida curta para dar nascimento às coordenadorias regionais de educação.
Nosso casarão recebeu em gáudio a Coordenadoria Centro- Sul – I que procurou reviver os dias de fausto da nossa educação regional.
Surpreendentemente, numa canetada do governo fluminense, a referida coordenadoria foi extinta e em fevereiro de 2011 todo o seu movimento transferido para o município de Vassouras. Muitos foram os protestos dos professores subordinados à ela; de Três Rios, Paraíba do Sul, Areal, Levy Gasparian e Sapucaia, protestos não ouvidos, pois na realidade faltou ação e vontade política dos políticos de Três Rios.
Antes da extinção da Coordenadoria Centro- Sul- I a transferência da perícia médica que lá funcionava foi o primeiro sintoma do desmonte desse centro de atendimento aos funcionários estaduais. Finalmente, solitariamente, ainda ocupando o prédio ficou o importante serviço do SEPLAG, órgão estadual que tratava das funções de demandas dos funcionários fluminenses, que foi o último a apagar as luzes, da movimentação encerrada por aqui.
Depois do leite derramado não foram poucos os nossos políticos que “ protestavam” o esvaziamento sofrido pelas nossas repartições estaduais. Vez por outra um vereador da nossa Câmara usava da sua oratória para um protesto, que se limitava à vazia teoria e fuga da prática. Por ocasião de campanhas eleitorais o assunto se transformava em uma das mais valiosas jóias da coroa. Palavras ocas...
Prefeito empossado, em janeiro 2017, Josimar Salles anunciou a boa  nova que, após negociações com o governo estadual, instalaria  a sua secretaria municipal de educação naquele amplo espaço. Mas ao que tudo indica essa pretensão do nosso prefeito frustrou-se ,pelo menos nada mais se falou do assunto ao respeitável público.
Eis que ontem (4), nas páginas do Entre- Rios Jornal, matéria assinada pela coleguinha Angélica Garcia, dá conta de que o ex-vereador e candidato a prefeito nas últimas eleições, professor Jacqueson, anuncia que a coordenadoria condicionalmente pode voltar a Três Rios, só dependendo da aprovação do governador Pezão, uma vez que,  através de solicitação da pouco conhecida deputada estadual enfermeira Rejane, feita em junho/2016, foi aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Mais uma notícia. Mais uma promessa, com texto e fotografia do professor Jacqueson.
Ficamos na torcida pelo coroamento de tão importante passo.
E, de mais a mais, independente, de mais essa luz que reascende nessa conversa já meio gasta e rota,  na verdade, na verdade, o que me moveu mesmo foi historiar aquele casarão, local onde vivi anos e anos da minha carreira no magistério estadual .
Casarão que abraçou tantas glórias e hoje, lamentavelmente, se perde ao meio de mato, sujeira e muita irresponsabilidade.