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Nossa Prainha de Cocôcabana

Nossa Prainha de Cocôcabana




Ezilma Teixeira *
      Esses dias de sol forte,  calorão e pouca chuva são ideais para que eu desenterre um pitoresco momento vivido por Três Rios.
       Era fevereiro de 1956, quando uma grande vazão sofrida pelo rio Paraíba fez surgir na área ribeirinha compreendida pelos finais das ruas Quatorze de Dezembro e Barbosa de Andrade, um grande areião, que logo virou uma área de  lazer,  à feição de uma praia convencional. Pela manhã,  principalmente jovens e crianças com roupas de banho, maiôs, calções, esteira, guarda-sois coloridos, se divertiam banhando-se naquela praia extemporânea. Pela proximidade do carnaval,  não era raro um batuque animar ainda mais os banhistas. Aconteceu até um banho à fantasia.
       O principal acesso dos banhistas acontecia no final da Rua Quatorze de Dezembro, no local então conhecido popularmente como " Boca do Cano", nome originado pela presença da principal rede que lançava ao rio grande  parte do  esgoto coletado no centro da cidade.
      Por essa localização, logo uma rapaziada irreverrente e frequentadora da prainha tratou de batizá-la Praia Cocôcabana .
Teve vida curta, no máximo duas semanas, quando com a chegada das chuvas torrenciais, as cabeceiras do rio trouxeram-no ao seu volume normal.
       Muitos, como eu,vão relembrar desses pitorescos dias . Na foto do acervo da Família Malafaia, Aurora e Dauti, ainda namorados, curtindo nossa prainha.

  • Ezilma Teixeira é professora e historiadora,  autora do livro “Aprendendo Nossa Terra”