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DE MOCHILÃO, CARONA OU AVIÃO, LÁ VAI NICOLE!

DE MOCHILÃO, CARONA OU AVIÃO, LÁ VAI NICOLE!



 DE MOCHILÃO, CARONA OU AVIÃO, LÁ VAI NICOLE!

A segunda entrevistada da série Trirrienses Pelo Mundo é uma viajante incansável.  Ávida por conhecer novos povos e culturas, já esteve em dezenas de países, e, apesar de sua pouca idade (23 anos) tem tanta história para contar que acabou montando um blog, onde relata as experiências vividas mundo afora.   Nicole Werneck nasceu em Três Rios. Sua mãe, Valéria, é professora e o pai, Carlos Fernando, servidor público. Tem apenas um irmão, Arthur, mais novo que ela, e que atualmente mora   na Alemanha. Estudou no Colégio Ruy Barbosa até a oitava série, e faz questão de dizer que só saiu de lá porque passou para a prova do CEFET, em Macaé, uma escola federal e uma das melhores do país. No CEFET, fez   o ensino médio junto com o técnico, conciliando os estudos com um estágio na Odebrecht. É formada em técnica em Instrumentação Industrial, especializada em reparação, num curso patrocinado pela Petrobras, e atualmente estuda Engenharia Mecatrônica, no Instituto Federal em Juiz de Fora.

Vamos então saber um pouco mais sobre a vida de desta trirriense que, ao que tudo indica, ainda quer carimbar muitas vezes o seu passaporte. 

TR  – QUANDO SURGIU O SEU DESEJO DE CONHECER OUTROS PAÍSES? VC SEMPRE GOSTOU DE VIAJAR?

 NW – Eu gosto de viajar desde sempre. É muito bom conhecer coisas novas e misturar culturas. Eu saí de casa com 15 anos para estudar, e não parei de conhecer lugares novos desde então.

NW - Tenho um projeto relacionado a educação, e com relação a ele eu gosto muito de e dar palestras em escolas públicas e comunidades carentes, porque esses são os lugares onde as crianças mais precisam de informação. Devido a esse projeto, fui uma das finalistas entre os melhores projetos do Brasil em uma seleção para representar o país em um evento em Amsterdam.

TR – VC FEZ INTERCÂMBIO? QUAL O MAIOR PERÍODO DE TEMPO QUE JÁ PASSOU FORA DO BRASIL?

NW – Fiz um intercâmbio de 1 ano em Portugal, na maravilhosa cidade de Bragança. É uma cidade universitária, e eu posso compará-la a Ouro Preto no Brasil.

TR – DAS CIDADES POR ONDE PASSOU, QUAL A DE QUE MAIS GOSTOU?

NW – É muito difícil falar qual cidade eu mais gostei. Eu tenho muito apego pelos lugares em que já morei. Mas gosto muito de Londres, Praga, Lisboa, Veneza, Amsterdam, La Coruña, das ilhas gregas e do interior da Sérvia. É muito difícil dizer qual a mais legal, cada uma tem suas particularidades que as tornam únicas.

TR – ONDE TEVE MAIOR DIFICULDADE PARA SE ADAPTAR?

NW – Morei um mês na Turquia, e acredito que lá tenha sido o lugar de mais difícil adaptação. Não que eu não tenha gostado do país, eu gostei bastante. Mas a cultura é muito diferente, mais de 90 % das pessoas no país são muçulmanas e eu tive muita dificuldade em relação a comida, como contei no meu blog. Como eu estive na Turquia durante o verão, tive a oportunidade de passar uns dias no litoral do país, e me impressionei ao ver as mulheres usando  burca até para se banhar na praia. Também achei a cultura bem machista. Morei com uma família de turcos na Capadócia e com turcas estudantes em Istambul. A experiência foi muito enriquecedora.

TR – QUAL O PAÍS MAIS PARECIDO COM O BRASIL, NA SUA OPINIÃO?

NW – Não existe nenhum país igual ao Brasil, mas como fomos colonizados por portugueses, importamos muitas coisas de Portugal para cá. As construções das cidades de lá são muito parecidas com as construções das cidades históricas daqui. Andando pelo centro de Lisboa, me senti no centro do Rio de Janeiro. Em alguns lugares do Porto, me senti em Salvador, e em Bragança eu me senti em Ouro Preto. Eles trouxeram isso pra cá e foi muito legal poder conhecer a história do Brasil através do lado português.

TR – E QUAL O QUE TEM OS HÁBITOS MAIS...ESQUISITOS, DIFERENTES?

NW – Bom,  eu acho que não posso falar que o hábito de algum país é esquisito. Cada um tem a sua cultura, mas eu posso dizer qual país eu visitei que tinha os hábitos mais diferentes do meu país. Certamente foi a Turquia. Assim que cheguei na rodoviária em Istambul, entrei no banheiro e o vaso sanitário era no chão. Nos ônibus existem assentos femininos e masculinos, as mulheres andam de burca ou de véu. Existem cafés onde só homens podem entrar. A Turquia foi um choque cultural.

TR – QUANTOS IDIOMAS VC FALA?

NW – Eu falo inglês, espanhol e francês.

TR – O QUE É COUCHSURFING (é a mesma coisa que mochilão?) QUAL A SUA EXPERIÊNCIA NESTE TIPO DE VIAGEM?

NW – CouchSurfing  é um site de troca de hospedagem. Já utilizei muito o site tanto para hospedar quanto para “surfar”. Tenho muitas histórias para contar sobre as pessoas que conheci.

TR – DÁ PARA CONHECER O MUNDO COM POUCO DINHEIRO?

NW – Depende do quanto é pouco para cada um, e depende do tipo de viagem. Conheço pessoas que fizeram projetos de ir para outro país sem nada de dinheiro, ou ir e gastar bem pouco mesmo. Mas antes de estar lá, eles tiveram que ter dinheiro para pelo menos comprar a passagem. Existem diversas maneiras de economizar dinheiro durante uma viagem. Existem os hostels, ou albergues, que sempre são mais baratos que os hotéis. Dá para economizar nas refeições, nos passeios e nos transportes. Tem que colocar na balança e pensar no que é mais importante para você, e do que você não abre mão e quer gastar mais dinheiro. Tem gente,  por exemplo, que gasta mais dinheiro comprando lembrancinhas. Cada um tem seu estilo. Tem gente que vai fazer mochilão e normalmente fica mais dias em cada lugar, e consegue arrumar trabalhos e ir custeando a viagem. Com certeza viajar pode não sair tão caro como a maioria das pessoas pensa.

TR – VOCÊ MANTÉM CONTATOS COM OS AMIGOS QUE FEZ NO EXTERIOR?

NW – Eu  fiz muitos amigos no exterior, de todos os continentes. Mantenho contato com todos eles, ferramentas como facebook e whatsapp facilitaram muito a nossa vida.

TR – QUAL A REAÇÃO DAS PESSOAS QUANDO VC DIZ QUE É BRASILEIRA?

NW – No exterior, quando se  diz que é brasileiro, é inevitável todos pensarem em samba, futebol, Neymar, Pelé, carnaval, Rio. O Brasil não é só isso, mas querendo ou não essa é a nossa marca lá fora.

TR –  ONDE VC MORA, ATUALMENTE?

NW – Hoje eu moro em Juiz de Fora, estou terminando minha faculdade de engenharia.

TR – BASEADA NA SUA EXPERIÊNCIA EM OUTROS PAÍSES, QUAL É, A SEU VER, O MAIOR PROBLEMA DO BRASIL ATUALMENTE?

NW – A meu ver, um enorme problema no Brasil é a violência. Parece que as pessoas estão perdendo a noção e o limite, e não se respeita mais as leis. Eu gostaria muito de poder andar tranquila pelas ruas aqui no Brasil. Violência não é o único problema, mas é um enorme problema.

TR – ALÉM DAS VIAGENS E DOS ESTUDOS, ALGUM OUTRO PROJETO?

NW –  Tenho um projeto relacionado a educação, e com relação a ele eu gosto muito de e dar palestras em escolas públicas e comunidades carentes, porque esses são os lugares onde as crianças mais precisam de informação. Devido a esse projeto, fui uma das finalistas entre os melhores projetos do Brasil em uma seleção para representar o país em um evento em Amsterdam.

TR – QUAIS SEUS PLANOS PARA O FUTURO?

NW – Eu tenho alguns objetivos, mas não faço planos para um futuro muito distante. Estou muito focada em me formar, e no meu blog.

TR – QUAIS OS LINKS PARA NOSSOS LEITORES SEGUIREM SUAS AVENTURAS PELO MUNDO?

NW – Eu  tenho um blog e o link dele é esse: http://nicolewerneck.blogspot.com.br/ e tem também a minha página no facebook: https://www.facebook.com/blognicolewerneck?fref=tsNicole Werneck – Blog

Criei o blog  para contar algumas coisas sobre um intercâmbio que fiz, mas acabou tendo um número muito alto de visualizações diárias e muitas eram de alguns países que eu nem sabia que existiam. No blog eu conto sobre várias coisas, dentre elas intercâmbio, viagens, vida, comportamento, e outras. Eu recebo muitas mensagens de leitores, e eles dão super dicas sobre temas para próximas postagens. Essa interação faz o blog crescer e se adequar cada vez mais. Eu percebi que o blog estava crescendo quando um professor de São Paulo me escreveu perguntando se poderia usar um dos meus textos para uma discussão dentro de sala de aula relacionada ao racismo. E também quando eu estava em um evento no Rio de Janeiro e uma menina veio me perguntar se não era eu a “menina do blog”. Uma vez eu fiz uma postagem falando sobre um hotel que gostei muito em Lisboa, depois disso recebi mensagens de alguns hotéis me convidando a ser hóspede para que eu faça uma resenha no blog sobre o que eu achei. Eu acho que quando marcas começam a procurar o serviço que você oferece, significa que está tendo uma visibilidade positiva. Agora por exemplo, estou fechando com um colunista carioca que vai dar dicas sobre o Rio de Janeiro, uma vez por semana (esses são os planos por enquanto).

TR – E SUA FAMÍLIA, JÁ PARTICIPOU DE ALGUMA DAS SUAS VIAGENS?

NW – Minha mãe visitou Portugal, Inglaterra, França e Bélgica comigo. Ter tido a oportunidade de viajar com ela foi muito especial para mim.

TR – SE PUDESSE ESCOLHER, ONDE MORARIA PARA SEMPRE?

NW – É difícil responder isso, onde eu estiver feliz eu vou ficando.

TR – ALÉM DE VIAJAR, O QUE MAIS GOSTA DE FAZER?

NW – Gosto de estudar línguas, escrever, ler, conhecer gente e estar com a minha família e amigos.

TR – QUEM É NICOLE WERNECK?

NW – Nicole Werneck é só uma curiosa que gosta de experimentar coisas novas e de conservar as boas.

 Curtam na galeria as fotos da Nicole em vários lugares do mundo: 

1 - Com a mãe, Valéria, em Paris

2 - Na Capadócia (Turquia)

3 - Em Budapeste (Hungria)

4 - Santorini (Grécia)

5 - Paris (França)

6 - Lagos (Portugal)