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PEDIATRA DO HCNSC FALA SOBRE DOENÇAS INFANTIS NO INVERNO

PEDIATRA DO HCNSC FALA SOBRE DOENÇAS INFANTIS NO INVERNO



Quando os termômetros acusam baixas temperaturas é sinal de que o inverno chegou. E com a nova estação surgem as doenças mais comuns desta época do ano, atingindo principalmente aos alérgicos e às crianças. Este foi o tema da entrevista concedida pela pediatra Natália Kopke, do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceiçao, à reportagem do TR Revista.   

Quais são as doenças infantis mais comuns no inverno?  

No outono e no inverno, as doenças infantis mais comuns são as infecções virais e respiratórias. Este período, entre março e o fim de agosto, é o que chamamos de época de sazonalidade das viroses respiratórias. Durante este período é comum que as crianças fiquem muito resfriadas e o perigo é que junto com os resfriados podem acontecer as complicações dessa obstrução nasal recorrente. Aí surgem as sinusites agudas, as pneumonias, as otites médias agudas e, em crianças menores de dois anos, as bronquiolites. 
 

Tem como evitar que essas doenças ocorram?  

Não existe nenhum procedimento medicamentoso preventivo comprovado para esses resfriados recorrentes. O que os pais podem fazer é estimular a criança a ter um estilo de vida saudável. Ela deve se alimentar de frutas, legumes e verduras e evitar a ingestão de alimentos industrializados, pois isso sim está relacionado a diminuição da recorrência das infecções respiratórias. Devem tomar sol e brincar ao ar livre, mesmo nas épocas mais frias. Logicamente, o ideal é protegê-las nas temperaturas mais frias, agasalhá-las.  

Em caso de doença alérgica como: rinite e asma, que também têm um aumento de incidência nessa época do ano, às vezes, a criança precisa de algum tratamento preventivo, de controle. Com medicações tópicas, nasais, antialérgico via oral ou tratamento com spray inalatório. 
 

As crianças devem ser agasalhadas mesmo que digam que não sentem frio?  

As crianças não devem ser agasalhadas a ponto de se sentirem desconfortáveis. Se notar que ela está transpirando, isso é um indicativo de que ela está superaquecida e, então, devemos tirar uma camada de roupa.  
 
E as alergias, são mesmo mais comuns no inverno?  

As doenças alérgicas também são mais comuns tanto no outono quanto no inverno, por causa do tempo mais seco. Esse clima favorece a piora dos sintomas das rinites e das alergias respiratórias baixas, que englobam bronquite e asma. 
 

Quais as vacinas que podem imunizar as crianças contra as doenças mais comuns no inverno?  

A vacina mais importante a ser administrada nessa época, sem dúvida, é a vacina contra influenza. Pelo Ministério da Saúde, as crianças menores de 6 anos e pacientes com doença crônica devem receber vacina contra influenza anualmente. Em segundo lugar, vale conversar com o pediatra sobre imunização adicional, contra pneumonia, por exemplo. Através de vacinas especiais que normalmente só encontramos em redes privadas ou que devem ser solicitadas no Centro de Imunobiológicos Especiais, dependendo da patologia de base da criança. Se ela tem alguma doença respiratória crônica pode ser que ela precise de vacinas especiais contra pneumonia.  

Existe ainda uma vacina especial contra bronquiolite, que na verdade é um anticorpo administrado nos bebês prematuros, broncodisplásicos ou portadores de cardiopatias com descompensação hemodinâmica. Essa administração deve ser mensal e realizada entre os meses de março e julho. 

Qual a diferença entre gripe e resfriado? 

A gripe é causada, primariamente, pelo vírus influenza e ela vai levar à febre bem alta, congestão nasal, coriza, dor de garganta, tosse e muita dor no corpo. É uma doença com um acometimento um pouco mais grave. A síndrome gripal, em crianças menores de dois anos, idosos e pacientes com comorbidade, pode evoluir para uma complicação que a gente chama de síndrome respiratória aguda grave, que é a pneumonia, que pode levar à internação e, em alguns casos, até ao óbito. 

O resfriado é, normalmente, uma infecção de via aérea superior de baixa complexidade. Pode ser causado por vários vírus, pode cursar com febre, mas, normalmente, é baixa e em crianças maiores ele vem sem febre, apenas com sintomas nasais, como coriza e congestão nasal. A tosse, inicialmente, é seca, mas vai se tornando produtiva com o passar dos dias e, normalmente, tem seu ciclo encerrado entre 5 e 7 dias de doença. Após esse período, normalmente, a criança já está melhor e já voltou ao seu comportamento habitual.