O BELO PRÉDIO DA LIGHT
Outro dia, aqui no TR Revista, foi postada foto do belo e tradicionalíssimo prédio da Light, da Rua XV de Novembro. Visto o interesse dos leitores, resolvi colaborar dando alguns traços de História daquele nosso importante patrimônio histórico. O jornalista e cronista social da nossa remota imprensa, Antônio Vilella de Carvalho Jr.- o “Vê Jota” ( 1888 -1974), registrou em seus formidáveis escritos que antes da construção do prédio em tela ( parece que em 1918) um grande terreirão abrigava ali uma modestíssima casa de moradia cujos moradores promoviam animados forrós nos finais de semana. Na verdade os três filhos dos donos da casa (de nomes Antônio, Firmino e Sebastião, se não me trai a memória) mulatos corpulentos, valentões temidos e brigões, eram os donos do pedaço muito animado. Além disso lideravam um tal “ Grupo da Lira” que fez muito sucesso sonoro naqueles idos. Os forrós de fato eram muito concorridos e animados. Democráticos, tinham como frequentadores cidadãos de todas as classes sociais: pobrezinhos, remediados, ressabiados chefes de famílias e até altos figurões da tradicional e bem comportada Paraíba do Sul.
Volta e meia o tempo esquentava: bofetões, rabos de arraia, facadas, até o abrir das temíveis navalhas. Geralmente a maioria dos conflitos acontecia pela disputa das belas cabrochas que ali frequentavam. Moças em sua maioria descendentes dos escravos alforriados, mulatas curvilíneas, que levavam à loucura os forrozeiros, muitos deles nossos respeitáveis empreendedores portugueses. Quando não se conseguia resolver o quebra-pau a polícia era chamada. Vinham o então subdelegado e seus auxiliares ( naquela época aqui não existia delegado, só após 1939. Conflitos acalmados, tudo terminava em samba, quer dizer, o forró ficava ainda mais animado e concorrido, visto que até subdelegado e auxiliares também caíam da farra do forró. Afinal de contas não eram de ferro, sô ! AGUARDEM O PRÓXIMO CAPÍTULO JÁ COM O PRÉDIO CONSTRUÍDO.
