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MP DENUNCIA VINÍCIUS FARAH POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

MP DENUNCIA VINÍCIUS FARAH POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA



 

Como adiantou o colunista Ancelmo Gois, o Ministério Público do Rio (MPRJ), entrou com uma ação civil pública por improbidade administrativa contra o ex-prefeito de Três Rios, Vinícius Farah. O político, atualmente pré-candidato a deputado federal pelo MDB, teria praticado abuso de poder político ao levar alunos de uma escola municipal a um suposto “passeio cultural no Rio de Janeiro” que se transformou na ida a um comício do então candidato a governador Luiz Fernando Pezão (MDB) em Vila Isabel, em setembro de 2014, sem o conhecimento ou consentimento dos jovens. Até recentemente Farah era presidente do Detran RJ.

Também estão sendo acusados na ação o ex-diretor do Colégio Municipal Walter Franklin, Adauto de Oliveira; o ex-servidor da prefeitura de Três Rios, Juliano Bento Maia; e o Diretório Estadual do MDB do Rio.

De acordo com o MPRJ, alunos relataridam que o então diretor da escola, Adauto de Oliveira, anunciou que o prefeito Vinícius Farah oferecia um passeio cultural para o dia 28 de setembro, com visitas ao Forte de Copacabana e à quadra da escola de samba Vila Isabel, para atividades de dança e grafite e com direito a uma apresentação da escola de samba.

No dia da viagem, já no Rio de Janeiro, o diretor Adauto, dentro do ônibus, afirmou que a visita ao Forte seria cancelada “pois estavam atrasados”. O veículo ficou estacionado, de acordo com os depoimentos dos alunos, na Praia Vermelha, no bairro da Urca, por 40 minutos sem motivo aparente ou explicação, “com a intenção de enganá-los”.

De acordo com a denúncia, os alunos foram obrigados a pagar pelo próprio almoço, já em Vila Isabel. Ali, o grupo percebeu que foi levado para a quadra da escola de samba onde aconteceria um comício de Pezão, do mesmo partido de Farah.

De acordo com os relatos na ação, ao perceberam que foram enganados, as crianças se recusaram a entrar na quadra, tendo sido então "praticamente obrigados" a entrar, pelo diretor da escola. No local, Adauto teria aberto um banner do prefeito Vinícius Farah para a campanha política de Pezão e pediu para que os alunos se posicionassem para uma fotografia oficial.

Ao ser questionado por um dos estudantes, o então diretor da escola disse que todos só sairiam dali “depois que o Pezão e o prefeito Farah chegassem”, e ficou à porta “vigiando para que nenhum aluno deixasse o local”. Como agravante, a ação informa que na autorização assinada pelos pais ou responsáveis legais constava, apenas, a liberação para um passeio cultural, não fazendo referência a palestra ou comício com  o candidato ao governo estadual.

Na ação, o MP/RJ pediu a condenação de Farah, Adauto e Maia, integrantes da administração pública de Três Rios na época, respondam por improbidade administrativa e abuso de poder ao "deliberadamente mentirem para atender a interesses político-partidários escusos em detrimento dos princípios administrativos, que juraram defender, ao tentarem cooptar eleitores ou influenciar o 1º turno das eleições daquele ano."

O MPRJ também denunciou o Diretório Estadual do MDB por improbidade administrativa, por ter se beneficiado de atos supostamente criminosos de seus filiados. “Nada foi por acaso, e o cinismo dos demandados em aparentar uma viagem cultural demonstra que todos agiram com dolo e feriram os princípios inerentes à Administração Pública e ao Servidor Público”, relata trecho da ação.

Reportagem: Jornal Extra