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INFECTOLOGISTA DO HCNSC ATENTA PARA OS PRINCIPAIS CUIDADOS RELACIONADOS À DENGUE

INFECTOLOGISTA DO HCNSC ATENTA PARA OS PRINCIPAIS CUIDADOS RELACIONADOS À DENGUE



Drª Bianca Ferreira recomenda estar atento aos sintomas iniciais mais comuns, que são febre alta, dor de cabeça e atrás dos olhos, mal-estar, cansaço, dores musculares e nas articulações  

Em março deste ano, o Brasil já ultrapassou os casos prováveis de dengue registrados em 2023. Foram mais de 1,6 milhão de notificações da doença, além de mais de 500 mortes confirmadas até agora, o que consolida 2024 como o segundo pior ano da dengue na história do país. Segundo a infectologista do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, Dra. Bianca Ferreira, o surto atual pode ser explicado pela crise climática, que tem elevado as temperaturas e permitido que o mosquito transmissor da doença sobreviva em mais lugares por mais tempo.  

“A transmissão da dengue acontece pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado, que cresce em águas paradas. Então a melhor prevenção é impedir que o mosquito cresça, tomando cuidado para não deixar água acumulada em vasos de planta, pneus não utilizados, calhas abertas ou caixas d’água abertas, e se proteger da picada do mosquito, com uso de repelentes e telas nas janelas”, recomenda a infectologista.  

No entanto, além de se prevenir contra o mosquito é importante também estar atento aos cuidados relacionados à doença. A dengue pode não ter indício nenhum, mas os sintomas iniciais mais comuns são: febre alta (entre 39ªC a 40ªC), dor de cabeça e atrás dos olhos, mal-estar, cansaço e dores musculares e nas articulações. Além disso, enjoo e vômito, diminuição do apetite, diarreia e manchas vermelhas na pele também podem ocorrer.  

Já em relação à dengue grave, é preciso estar atento aos sinais de alarme como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, hipotensão (pressão baixa) e sangramentos sem motivo. “Hoje não chamamos mais de dengue hemorrágica, mas sim de dengue grave. Geralmente, começa com a diminuição da febre, entre o 3º e 7º dia de doença, e pode progredir para hemorragias graves e disfunção dos órgãos, que podem evoluir para óbito”, alerta a médica. 

A segunda infecção da doença pode ser mais preocupante do que a primeira, no entanto, a dengue grave pode acontecer em qualquer pessoa de qualquer idade. Apesar disso, idosos com doenças crônicas, como pressão alta e diabetes, gestantes e crianças de até dois anos têm risco maior de evoluir para casos mais sérios. Não há remédio específico para o tratamento da doença, o que é aplicado é o chamado terapêutica de suporte para garantir que o paciente siga estável, em repouso e ingerindo bastante líquido.  

Apesar disso, a vacinação para a doença já se iniciou e é fundamental que todos se vacinem, tanto quem já teve a doença quanto quem nunca teve. “A vacina pode prevenir infecções e reduzir principalmente a chance de evoluir para casos graves. Ela é aplicada em 2 doses e gera resposta imunológica contra os 4 sorotipos do vírus, sendo indicada para pessoas de 4 a 60 anos. As crianças e adolescentes até 16 anos são os prioritários na vacinação pelo SUS, já que este grupo tem tido hospitalização mais frequente do que adultos”, conclui a Dra. Bianca Ferreira.