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VOLTA ÀS AULAS; CUIDADOS PARA DETECTAR ALERGIAS EM CRIANÇAS

VOLTA ÀS AULAS; CUIDADOS PARA DETECTAR ALERGIAS EM CRIANÇAS



 

 

Pediatra alerta sobre problema comum na infância e os cuidados para melhorar a qualidade de vida dos pequenos 

 

É chegada a hora da volta às aulas, época em que as crianças têm contato com novos alimentos e passam boa parte do dia em um ambiente escolar. Esse período de adaptação vem preocupando quem tem filhos alérgicos. Afinal, cerca de 30% da população brasileira possui algum tipo de alergia, segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Para tratar do tema, a Dra. Natália Kopke, pediatra do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, esclarece dúvidas sobre agentes alergênicos e dá dicas para garantir o bem-estar das crianças.  

 

A médica explica que existem três tipos de alergias: respiratória, alimentar e de pele. Nesse caso, a alergia respiratória engloba a rinite, que compromete as vias áreas superiores, e a asma ou bronquite, que implica as vias aéreas inferiores e os pulmões. “Os principais sintomas variam de acordo com o sítio acometido da alergia na criança. Por vezes, a alergia respiratória provoca coceira no nariz, na garganta e nos olhos, além do nariz escorrer de forma constante combinada a crise de tosse associada a falta de ar e chiado no peito”, pontua.  

 

Já os sinais da alergia alimentar incluem sintomas gastrointestinais, dificuldade de ganhar peso, diarreia constante, sangramento nas fezes, dor e distensão abdominal. A pediatra explica que normalmente as alergias alimentares são ligadas à exposição ao leite de vaca e derivados, mas podem ser desencadeadas por outros alimentos como ovo, amendoim, castanha e frutos do mar. Vale destacar que as reações alérgicas atingem cerca de 5% das crianças em idade escolar. Nesse período é comum descobrir o primeiro contato adverso a algum alimento alérgeno.  

 

Agora a alergia de pele, conhecida como dermatite atópica, ocasiona aparecimento de manchas, ressecamento, coceira persistente e infecções secundárias na superfície da epiderme. A causa da dermatite ainda é desconhecida, porém alguns fatores de risco favorecem a irritação como suor excessivo, contato com calor, produtos não-hipoalergênicos, ansiedade e estresse. 

 

É importante saber que o diagnóstico de alergia é clínico, combinado ao histórico familiar e teste cutâneo para avaliar as reações imediatas aos alergênicos. Infelizmente, essas alergias não têm cura, mas possuem tratamentos. O que se pode fazer é amenizar os sintomas alérgicos para melhorar o bem-estar do paciente. Sendo assim, é possível aumentar a qualidade de vida e conviver com os sintomas alérgicos controlados. É claro que sempre atento aos períodos do ano que uma crise alérgica pode ser mais severa, como o inverno, por exemplo.   

 

Por fim, a médica ressalta a importância do ambiente escolar limpo e higienizado para evitar o acúmulo de poeira. “O ideal é que as salas de aulas sejam bem arejadas, sem carpetes, os filtros de ar-condicionado sejam limpos frequentemente. A biblioteca também é um ponto de atenção porque é um local que acumula ácaros nos livros que estão guardados há muito tempo”. Também é fundamental educar seu filho sobre a condição alergênica que ele possui. “Dê autonomia à criança e explique a ela suas restrições. É mais seguro que seu filho saiba que não pode chegar perto de algum alimento alergênicos ou identificar alguma reação quando está longe dos pais”, completa a profissional. 

Ilustração: Freepik